quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

As Palavridades

Compartilhando artigo do amigo Jefferson Leonardo


Com os noticiários sobre as mudanças ortográficas da nossa língua portuguesa, olhei atentamente para a minha humilde biblioteca, deparando-me com um dicionário, infelizmente, pouco usado e todo empoeirado. Trata-se do dicionário etimológico, que descreve a origem das palavras. Nele encontrei uma palavra que não conhecia a “lexicologia”, a ciência e o significado das palavras.

Nesse momento me perguntei: como e quando foram criadas as letras e as palavras? Busquei ajuda com o Santo Google, que resolve qualquer dúvida e até faz milagres hoje em dia!

A humanidade precisou de muitos séculos para transformar o pictogramas (idéias expressas em desenhos) por letras. A palavra alfabeto tem origem nas duas primeiras letras gregas: alfa e beta. Acredita-se que. o alfabeto tenha sido criado há mais de 4.000 mil anos, pelos fenícios, que viviam em extenso comércio, necessitando das informações em grande quantidade, referente à sua contabilidade sobre suas compras e vendas, por essa necessidades criaram alguns sinais que deram origem às consoantes, e os gregos, seus parceiros comerciais, aprenderam os sinais, e com o tempo acrescentaram mais sinais, hoje as vogais.

Sanado a curiosidade e ampliando os conhecimentos gerais, me detenho agora ao que realmente me fez pensar nesse assunto. Aproveitei o prolongamento das festividades natalinas e coloquei a minha leitura em dia, e foi nessa intensiva leitura que observei diversas e novas palavras utilizadas no meio corporativo, fruto da tecnologia, da economia, das inovações e do novo mundo virtual, e que, se você não as utilizar em suas apresentações e oratórias, será considerado, pelos participantes, como um profissional super desatualizado. Tenho certeza que você as identificará facilmente, vejamos:

  • Portabilidade; Acessibilidade; Volatilidade; Mobilidade; Fidelidade; Autenticidade; Frugalidade; Sustentabilidade, conectividade, Opacidade, Globalidade, ecalabilidade e encontrabalidade.

Quando li a matéria sobre a Era da Transparência, outra novidade no mercado, vi a palavra “opacidade”, cheguei a ter calafrios, dando-me conta da coincidência sobre a terminação “idade” nas palavras que estão na boca dos mais atualizados e modernos profissionais do mercado. Novamente fui consultar sua santidade o Google, e lá encontrei que existem mais de 300 palavras em nossa língua com a terminação “idade”, e o significado de opacidade é a qualidade de opaco, o que não é transparente, obscuro ou sombrio, fazendo sentido ao tema da matéria sugerindo uma nova era, a Era da Transparência.

Fiquei com duas reflexões. Uma sobre o modismo das palavras, uma prática no meio empresarial, chego até a pensar como uma forma de comunicação específica da comunidade corporativa, como o linguajar do clan jurídico ou da informática, que para quem não é da área, normalmente tem muita dificuldade de entender o que eles estão falando.

Os gurus gostam de inventar palavras, e serem lembrados por elas como protagonista, como se fosse um inventor e até mesmo um gênio, sendo muito comum alguns gurus escreverem métodos, sistemas, processos e estratégias antigas, dando-lhe um nome novo e lançando para o mercado como se fosse um método inédito, mas para os olhos atentos de um bom profissional, será facilmente observado que o princípio e a base matricial do método é a mesma que conhecemos há muitos anos, até mesmo dos primórdios da era industrial.

A segunda reflexão está centrada na velocidade em que as informações estão mudando e ampliando. A produção da inovação, em quase todos os campos da ciência, estão em ritmo já mais visto na história da humanidade. Essa percepção se dá pelo fato de ter ficado pendente a leitura de apenas duas edições da revista Management, editada bimensalmente, ou seja, apenas quatro meses de atraso, que nos atualiza em todos os temas corporativos, que recomendo a todos profissionais que desejam ficar atualizados e ativos no campo empresarial.

Independente do modismo ou da velocidade, é importante você estar atendo para acompanhar, de forma reciclada, os acontecimentos e as mudanças. Será impossível você querer saber e acompanhar tudo de tudo, não haverá espaço suficiente em seu HD cerebral. Por isso, a minha orientação é focar nos temas e assuntos que agregarão valor nas suas carreira e expertises, não se esquecendo que além do papel de profissional, você também exerce o papel de pai, mãe, esposo(a), filho(a) entre outros, e que esses papéis também necessitam de atualização para o equilíbrio na sua qualidade de vida.

Há mais de cinco anos decidi aprender alguma coisa nova por ano, com o critério de ser um aprendizado totalmente distante da área em que atuo profissionalmente. O ano passado, por exemplo, aprendi a jogar golfe, diga-se de passagem que já estou com uma coleção oito troféus e cinco medalhas, e em 2009 vou aprender a cozinhar, uma das minhas grandes deficiências e inabilidades.

O mais interessante é que, todos os aprendizados dos ultimo cinco anos acabaram se relacionando com novos produtos oferecidos pela minha consultoria no mercado empresarial, mas me deixando uma dupla satisfação, a de aprender algo totalmente novo a qual nunca tivera a oportunidade de experimentar, incrementando minhas habilidades e fornecendo inovadores produtos e serviços de consultoria ao mercado brasileiro.

Seja um modismo, uma mudança ou um novo aprendizado, o mais importante é estar fazendo as coisas acontecerem em sua vida e na vida dos outros, e com certeza o resultado será o seu merecimento ao caminho da felicidade.


Jefferson Leonardo - Diretor-Sócio da INOVATIVA consultoria, Vice Presidente de Integração Sul da ABRH Nacional

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