sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Comunicação e Organização


Falar de organização é falar de comunicação, são conceitos interrelacionados e por que não dizer, complementares, “não existe organização sem comunicação, nem comunicação sem organização” (Casali, 2009). É preciso pensar na Comunicação Organizacional como um campo de interfaces entre diferentes conhecimentos científicos, especialmente no campo da Administração e Psicologia, caminhos que se entrecruzam com pontos convergentes e divergentes e que conduzem a construção de um conhecimento específico. Quando surgiram os estudos sobre Comunicação Organizacional nos Estados Unidos a partir da década de 40, a literatura apresentava esta relação entre as áreas; um dos objetivos, entre outros, era aprimorar os trabalhos realizados no campo da administração por estudiosos conhecidos da Escola das Relações Humanas e da Escola da Teoria dos Sistemas Abertos (Kunsch, 2009). Ao longo dos anos, os métodos e formas de comunicar e administrar pessoas inseridas nas organizações são modificadas e adaptadas para as novas necessidades que surgem todos os dias. As organizações não mais se limitam às suas bases tradicionais e começam a enxergar as transformações que ocorrem no ambiente. Nesta trajetória evolutiva as pessoas passam a ser o diferencial nas organizações. Começa, então, a se falar na humanização do ambiente de trabalho, e na comunicação como fator humanizador destas relações. A organização é considerada um espaço de diálogo e de construção de significado, e a comunicação como lugar e processo de humanização da organização nas relações de trabalho (Kunsch, 2010). Contudo percebe-se, ainda, que existe uma realidade paradoxal, ao mesmo tempo que as condições de trabalho avançam para um maior incentivo e envolvimento do trabalhador, os princípios voltados para autonomia, cooperação e valorização do trabalhador não condizem com a conduta diária das organizações (Oliveira & Paula, 2008), principalmente quando se trata da comunicação. O que ocorre muitas vezes é uma comunicação baseada nos modelos tradicionais (taylorista) em contraposição aos modelos considerados ideais (relações humanas). Considerando o modelo das relações humanas um aspecto importante a ser ressaltado é o relacionamento entre gestores e subordinados. A comunicação parece ser um dos elementos fundamentais para desenvolver um ambiente de trabalho confiável nesta relação gestor – subordinado.
           
Cibelli Pinheiro
Presidente ABRH-PE
Diretora Sol Comunicação e Desenvolvimento de Pessoas

Doutoranda em Comunicação Estratégica e Organizacional pela Universidade do Minho – Portugal.