Para Robbins, em seu livro “O Segredo em Gestão de Pessoas” (2005), ao abordar sobre os cuidados que devemos ter com as soluções milagrosas, um dos problemas que apresenta está relacionado à motivação dos colaboradores. Segundo ele, este tem sido um grande desafio para os gestores de pessoas, especialmente no segmento da alimentação e do retalho, em que os vencimentos são muito baixos destes profissionais que possuem pouca qualificação e que não têm a possibilidade de aumento salarial ou de serem promovidos, mediante as funções que exercem.
Neste segmento da alimentação o que tem sido feito para motivar tais profissionais é flexibilizar os horários de trabalho e preencher as vagas com estudantes e/ou reformados (aposentados). Mas a grande questão é: será que isto resulta? Entendo que não. As taxas de rotatividade anuais nas cadeias de restaurantes de fast-food, por exemplo, são geralmente de 300%. Como prova disso, Robbins cita alguns destes restaurantes que tentaram introduzir ações motivacionais para redução destas taxas, como a Taco Bell, a Bugger King, a Chick-Fill-A e a White Dog.
Quais as ações motivacionais implementadas por estas empresas?
A Taco Bell experimentou dar incentivos monetários e oferta de ações da empresa aos caixas e cozinheiros, além de uma maior responsabilidade pelos inventários, turnos e contratações. No entanto, ao fim de 4 anos o resultado foi modesto, a taxa anual de rotatividade foi reduzida de 223% para 160%.
A Bugger King ofereceu aos colaboradores um plano de reforma e de seguros
de saúde, mas também não houve progresso, a taxa anual de rotatividade
permaneceu em 200%.
Já na Chick-Fill-A a taxa foi reduzida para pouco mais de 100% ao
implementar contratações em tempo parcial de estudantes do liceu com boas notas
e reverter o trabalho deles no apoio em bolsas de estudos universitários no
valor de 1.000 a 2.000 dólares.
A Judy Wicks encontrou uma abordagem não tão tradicional para o Café
White Dog. Descobriu que ao participar das actividades dos seus colaboradores
nos horários extra-trabalho fazia diminuir bastante a rotatividade dos seus
empregados de mesa. No sentido de criar este ambiente de trabalho mais familiar
e acolhedor, Wicks tem reservado uma noite por ano para promover esta partilha
entre os colaboradores com exposição de pinturas, poesias, apresentação das
famílias e dos trabalhos voluntários que desenvolvem.
E você, gestor, já pensou no que poderia fazer para motivar trabalhadores
não tão qualificados e que não ganham tão bem? O autor do livro considera que
esta situação poderá ser compensada de alguma forma…
O que nos resta, então? Descobrir qual a forma mais indicada que se
aplica ao nosso negócio!
* Robbins, Stephen P.
“O Segredo na Gestão de Pessoas – Cuidado com as Soluções Milagrosas”, 1ª ed.,
Lisboa: Centro Atlântico, 2008.