Um dos temas interessantes e intrigantes apresentados no Congresso
Interamericano de Géstion Humana em Quito/Equador (2011) abordava uma realidade
presente nas nossas empresas e que pouco falamos – sua imperfeição. Organizações
são compostas de pessoas imperfeitas, o que também as tornam imperfeitas. E quando
falamos sobre gestão, a subjetividade é presente, ou seja, para alcançarmos um
resultado que é objetivo, entraremos sempre num terreno subjetivo, o que conduz
a não exatidão na nossa gestão.
É preciso compreender que, para que as organizações assumam a sua
existência, antes devem assumir as suas imperfeições. É certo que todas as
organizações sofrem de alguma enfermidade, quer sejam patológicas – físicas,
psicológicas ou psiquiátricas. Segundo um conferencista espanhol Marcos Urarte,
o diagnóstico perfeito das organizações é a própria autópsia – ou seja, muitas
vezes elas já estão mortas e ainda nem sabem!
Organização
Imperfeita e não Concluída
Sim, algumas empresas morrem e não sabem a razão. Encontramos, por
exemplo, empresas que possuem psicopatas orientados para resultados que não
tratam pessoas como pessoas, encontramos muitas empresas que não reconhecem a sua
imperfeição, e que são conduzidas crendo nas suas certezas e perfeições, e que
continuam aplicando os seus modelos do passado no presente.
A Gestão do Imperfeito requer reconhecer que as regras do
passado já não servem mais para a empresa atual, nos leva a compreender a
complexidade e dinamismo das organizações, a analisar o entorno e seus recursos
como imperfeitos, iniciados, mas não concluídos, de modo que não podemos
garantir nem ter certezas nas relações de causa-efeito, como afirma Urarte
(2011) citando o Javier Fernández Aguado: “não existe cidade acabada, nem
uma organização concluída”.
Os
Talentos na Organização
A capacidade da empresa, portanto, consiste em operar em condições de imperfeição,
caos e desequilíbrio, com seus recursos imperfeitos. Para isso, é preciso
contar com os seus talentos (em latim talentum = tesouro, antigo peso e
moeda de ouro), os colaboradores que de fato são o maior valor para a empresa.
E assim, o talento da organização consiste na capacidade de conseguir
resultados extraordinários com gente extraordinária – os seus talentos humanos.
Para uma gestão de imperfeitos, o talento fará toda a diferença!
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