Estamos de volta com as “verdades” defendidas por Robbins
(2005) em seu livro “O Segredo em Gestão de Pessoas”, e desta vez o assunto é
sobre “recompensa”. Segundo ele, há um erro muito comum dos gestores no processo
de recompensa dos funcionários – geralmente recompensam comportamentos que desejam
desestimular e deixam de recompensar comportamentos que querem estimular. Exemplifica:
“a direcção diz que pretende fortalecer o trabalho em equipa, mas acaba por
recompensar as concretizações individuais, e fica surpreendida quando
colaboradores competem entre si…”(p.64).
É preciso que os gestores revejam o seu Sistema de Recompensa,
para não caírem neste equívoco de incentivarem comportamentos contrários aos
pretendidos.
O
que devo fazer para recompensar adequadamente?
A orientação do autor é, primeiro fazer um diagnóstico do tipo de comportamentos que estão a ser recompensados, para depois alterar o seu sistema com o objectivo de obter os comportamentos
desejados: “Se quiser qualidade, recompense qualidade. Se pretender um
comportamento ético, recompense os colaboradores que actuam de forma ética”
(p.65).
De fato, mudar os Sistemas de Recompensas não é nada
fácil, mas pequenas alterações podem gerar grandes resultados. Um exemplo interessante
utilizado pelo autor traz a experiência da nossa casa para o contexto laboral: se
comprarmos uma barra de chocolate para os nossos dois filhos e pedirmos que
dividam entre si, provavelmente irão lutar pela sua metade. Mas se você
simplesmente entregar a barra de chocolate ao seu filho e lhe pedir que divida
com sua irmã e deixe que ela escolha primeiro a sua metade, certamente evitaria
a disputa pela sua parte. Ou seja, este é um exemplo simples de partilha de responsabilidade
que leva a uma divisão equitativa sem confrontos.
A
importância de recompensar comportamentos certos!
No final, Robbins (2008) traz uma nota com sua
experiência pessoal para deixar claro a importância de recompensar
corretamente. Ele conheceu uma senhora rica que continuamente dizia ao seu
filho: “Não te preocupes em poupar dinheiro. Terás muito quando eu morrer”.
Moral da história: esta senhora viveu muitos anos e nunca entendeu a razão do
seu filho desejar tanto a sua morte. O problema é que foi ela própria que
estimulou uma atitude contrária ao que pretendia para que o filho pudesse conquistar
a recompensa.
Se por exemplo esta senhora tivesse dito: “Vou
dar-te 50 mil dólares no início de cada ano enquanto for viva. Mas quando eu
morrer, todo o dinheiro que sobrar será doado para beneficência”. Assim,
certamente o seu filho teria uma atitude muito diferente, haveria mais
interesse em sua longevidade e não o anseio pela sua morte.
Portanto, não devemos estimular em nossos
colaboradores comportamentos que não são desejados, e sim reforçar aqueles que esperamos
obter para, então, recompensá-los adequadamente. Pense nisso!
* Robbins,
Stephen P. “O Segredo na Gestão de Pessoas – Cuidado com as Soluções
Milagrosas”, 1ª ed., Lisboa: Centro Atlântico, 2008.