quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cultura da Confiança

Consistência, Transparência e Coerência

Considerando os principais pilares da cultura brasileira – o poder, as relações e a flexibilidade, segundo Betânia Tanure, Paul Evans e Vladimir Pucik no livro Gestão de Pessoas no Brasil, a realidade das organizações do Nordeste caracterizam-se por uma forte concentração de poder, a centralização no processo decisório, que provavelmente é fruto da influência do coronelismo na região. Com este estilo de gestão, fundamentada na monitoração e controle, as empresas, especialmente as familiares, administram suas equipes de trabalho utilizando diversos instrumentos burocráticos, e muitas regras, contratos e normas formais, reforçando suas estruturas hierárquicas e produzindo um baixo grau de sociabilidade e cooperação. Neste contexto, os indivíduos agem muito mais buscando os seus próprios interesses do que em favor da coletividade, não há um compartilhamento de valores para que se construa uma cultura corporativa mais consistente, que considere prioritariamente as relações mais consensuais. Numa gestão baseada na confiança, o mecanismo de controle é a própria relação de confiança, que produz um ambiente de cooperação espontânea em equipe e autonomia individual, o estímulo à criação e inovação, levando à satisfação, motivação e comprometimento das pessoas. Além disso, as empresas terão menos custo com mecanismos de controles, e terão uma redução no índice de absenteísmo, e nos custos com questões trabalhistas e comportamentos oportunistas. Portanto, para que as relações de confiança sejam construídas nas empresas, é preciso considerar alguns elementos fundamentais, como a comunicação aberta, honesta e transparente com os funcionários, e a integridade nas relações internas, promovendo a percepção da justiça e dos benefícios mútuos. As relações de confiança serão sustentadas e sustentarão o exercício desta gestão quando houver, de fato, consistência, transparência e coerência nas atitudes diárias. É sobre esta temática que o 13º Congresso Nordestino sobre Gestão de Pessoas abordará nos dias 13 a 15 de setembro no Centro de Convenções. Participe deste debate!

Cibelli Pinheiro
Presidente ABRH-PE
Presidente CONRERP – 5ª Região

Consistência, Transparência e Coerência

A Confiança como base para Construção de Relações Sustentáveis

Adotar um estilo de Gestão por Confiança é simplesmente, aplicar os princípios definidos pela organização na sua concepção de vida e planejamento. É adotar comportamentos diários baseado em valores. Nesta gestão, a consistência será caracterizada por um comportamento constante, ligado aos seus valores e princípios. Tais comportamentos e/ou opiniões devem ser estáveis, considerando as atitudes alinhadas com um histórico de condutas passadas, como por exemplo, alguém que sempre respeitou os prazos estabelecidos para conclusão do trabalho (valor pessoal), tende a fazer o mesmo em diversas situações vivenciadas, devido ao seu histórico de pessoa responsável, cumpridora das suas obrigações. A consistência, portanto, está relacionada à sua credibilidade, resultado do seu histórico profissional e das suas relações pessoais e profissionais. E como nova competência exigida para o RH atual, a credibilidade pessoal, é o que promoverá o trabalho consistente do RH nas organizações, influenciando culturas e contribuindo com as transformações necessárias. O “novo” RH não pode mais se limitar às ações operacionais, ser fazedor de festinhas e motivador de pessoas, seu olhar estratégico deve estar voltado para a necessidade de criar um ambiente de confiança como base para a construção de relações sustentáveis. Para tanto, a transparência na comunicação interna é fundamental nesta construção, falar a verdade, não ocultar informação, compartilhar decisões, deixar todos muito bem informados e seguros. Transformar a cultura da informação para uma cultura do diálogo, em que todos os funcionários são considerados e respeitados no momento da comunicação. É preciso que haja também a coerência, a concordância entre o que a pessoa diz e faz, pois é melhor o bom exemplo dado por uma atitude positiva do que belas palavras de um discurso bonito e muitas vezes vazio. Não podemos fazer um discurso quando não há garantia de cumprimento do que está se prometendo, é preciso calcular o alcance das nossas palavras (elas não são jogadas no vento), ver o quanto são significativas para quem as ouve. O discurso do gestor de pessoas deve, portanto, refletir sua prática! Para construir uma gestão baseada na confiança faz-se necessário a consistência das ações, a transparência na comunicação e a coerência entre seu discurso e prática.


Cibelli Pinheiro
Presidente ABRH-PE
Presidente CONRERP – 5ª Região