domingo, 16 de setembro de 2012

Humana X Instrumental

Neste novo cenário da comunicação organizacional, percebe-se o crescente investimento de empresas nos instrumentos de comunicação. Quando se fala em comunicação interna, muitas vezes a ênfase é dada aos instrumentos e técnicas utilizadas (fluxos informacionais), e não a comunicação humana, as oportunidades de interação (fluxos relacionais). A comunicação instrumental serve de apoio à comunicação humana, mas não a substitui, “antes de ser instrumental, a comunicação é essencialmente humana e extremamente humanizadora” (Matos: 2006).

Empresas com alta tecnologia e inúmeras ferramentas, muitas vezes não são capazes de promover uma comunicação mais adequada e efetiva com seus colaboradores. A tecnologia satisfaz as necessidades de informações, objetividade e agilidade, mas não promove o contato humano, a comunicação face a face, tão desejada pelos empregados, é que promove oportunidades de aprofundar, confrontar, esclarecer e contextualizar as informações recebidas (Oliveira & Paula, 2008). Será que em meio as novas ferramentas tecnológicas, novas formas de relacionamentos virtuais, como as médias e redes sociais, a comunicação tem-se tornado mais humana, mais interativa e mais pessoal? Há uma melhoria na comunicação com, e entre os empregados? Estes meios avançados tecnologicamente tem servido para melhorar a comunicação ou criar a incomunicação? Tem aproximado ou distanciado cada vez mais as pessoas? Existem duas correntes opostas que promovem este debate relativo ao impacto das novas tecnologias sobre a interação humana. Uma corrente afirma que a comunicação através de meios eletrônicos é superficial, fria, sem profundidade, impessoal e talvez hostil. Por outro lado, a outra corrente enfatiza que a comunicação por meio eletrônico quebra barreiras físicas tradicionalmente impostas pela administração (Curvello, 2002). Alguns acreditam e temem que o desenvolvimento destas novas tecnologias levem ao isolamento do individuo, promovendo um diálogo unilateral com as máquinas, sem a interação com os outros, que por muitas vezes estão ao nosso lado, ou seja, “o homem passa a comunicar cada vez mais com outros que estão distantes e cada vez menos com os que lhe estão próximos” (Rieffel, 2003).
           

Cibelli Pinheiro
Presidente ABRH-PE
Diretora Sol Comunicação e Desenvolvimento de Pessoas
Doutoranda em Comunicação Estratégica e Organizacional pela Universidade do Minho – Portugal

Nenhum comentário:

Postar um comentário