terça-feira, 29 de setembro de 2015

Verdade 1: Esqueça os traços de personalidade – o que importa é o comportamento!

O que você procura nos candidatos que buscam vagas na sua empresa? Será que as características pessoais são suficientes para prever se o candidato terá bom desempenho e resultados?

A primeira “verdade” sobre o que funciona e o que não funciona na gestão de pessoas defendida por Robbins* relaciona-se com a contratação de pessoal. Segundo ele, a tendência do gestor, quando toma a decisão de contratar ou avaliar alguém, é confiar demasiadamente nos traços de personalidade e nas características pessoais para prever os comportamentos. Este é um verdadeiro engano. Não podemos classificar uma pessoa e fazer juízos de valor a partir dos seus traços de personalidade, ou seja, se o colaborador é persistente, autoconfiante… ele é bom, mas se é submisso, inseguro… não é nada bom. Essa é uma realidade presente nas organizações: os processos de seleção, geralmente, estão voltados para avaliar as características pessoais do candidato, que são analisados a partir de testes e entrevistas. Procura-se perceber se o candidato tem as “qualidades” necessárias para ser um bom colaborador!

Mas, qual é o problema?

É importante saber que as pessoas se comportam de forma distintas em contextos e situações diferentes. Sendo assim, Robbins aponta dois problemas para o uso dos traços de personalidade e das características pessoais nos processos de seleção: 1) Precisamos entender que os contextos empresariais produzem grande impacto no comportamento dos colaboradores. 2) As pessoas possuem um alto grau de adaptação à realidade e situações nas empresas, ou seja, os traços de personalidade mudam conforme a situação.

Em primeiro lugar, é preciso considerar que, no cenário emprearial existem situações de maior impacto que exigem comportamentos mais apropriados e aceitáveis, o que leva ao colaborador a minimizar os efeitos dos traços de sua personalidade. Já em outras situações, consideradas mais leves, como por exemplo, numa festa da empresa, o colaborador revela mais suas características pessoais. Ou seja, o comportamento do colaborador em situações mais leves, acentua mais os seus traços de personalidade ou de características pessoais, enquanto que, em situações de maior impacto, seus traços são mais atenuados, não se revelam tanto assim.

O segundo ponto, é que, as características pessoais mudam consoante a organização que o colaborador faz parte. Como as pessoas participam, muitas vezes ao mesmo tempo, de várias organizações (comunitárias, religiosas, sociais, desportivas etc), elas se ajustam a essas diferentes situações. Não somos prisioneiros de um sistema estático e rígido de estrutura de personalidade, mas fazemos e podemos fazer ajustamento do nosso comportamento às necessidades das diversas circunstâncias vivenciadas.

Portanto, os traços de personalidade e as características pessoais não são indicadores fiáveis para determinar um processo seletivo e prever os comportamentos futuros dos colaboradores.

Então, o que fazer?

Se para avaliar um candidato, o gestor não se deve basear nas características pessoais, qual seria, então, um bom indicador a ser usado? Robbins defende que são os Comportamentos Passados dos candidatos, ou seja, “o melhor preditor do comportamento futuro de uma pessoa é o seu comportamento no passado” (Robbins, 2008:10) .

A sugestão que fica é, ao entrevistar um candidato, concentre-se em fazer perguntas sobre suas experiências anteriores e os resultados alcançados que são relevantes para a vaga que se candidata.

Alguns exemplos de perguntas que poderão ser feitas:
- O que fez em empregos anteriores que demontrou a sua criatividade?
- Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos? Cite alguns exemplos.
- Ajudou a aumentar lucros e reduzir custos nas empresas anteriores? Como?
- No seu último emprego, o que mais quis realizar, mas não conseguiu? Porque?

E muitas outras perguntas que poderão avaliar o comportamento do candidato no passado para prever seu desempenho no futuro. Experimente fazê-las!

Nosso Convite

Além das perguntas, situações vivenciadas na prática, também poderão ajudar…
Assista o vídeo sobre um Processo de Seleção realizado na Heineken, empresa de cervejas na Holanda,  que mostra como os candidatos agem em determinadas situações. “ E se você estivesse numa entrevista de emprego e de repente….”:

https://www.youtube.com/watch?v=zKeFBsU5Z5k

sábado, 19 de setembro de 2015

Verdades sobre Gestão de Pessoas

Iniciaremos a partir deste tema uma série de breves artigos baseados nas ideias de Robbins, importante autor sobre assuntos voltados para gestão de pessoas e comportamento organizacional, doutor na área pela Universidade do Arizona nos EUA, e executivo que atuou em diversos cargos de gestão, como na Shell e na Reynolds Metals.

Robbins entende que a maioria dos gestores recebem diariamente inúmeros conselhos de consultores, professores e dos mais diversos “gurus” da gestão, mas que, por muitas vezes, tais conselhos são ambíguos, contraditórios, superficiais e incoerentes. Assim, ele organizou um livro em que pretende dizer a “verdade” sobre o que funciona e o que não funciona na gestão de pessoas no contexto de trabalho, deixando de fora todo o jargão e fórmulas mágicas que ouvimos constantemente.

Foi um estudo resumido e conciso sobre o comportamento humano nas organizações, em que apresenta 53 princípios, segundo ele comprovados, para lidar com os desafios de gestão. Princípios sobre contratações de pessoal, motivação dos colaboradores, liderança, comunicação, formação de equipes, gestão de conflitos, definição de funções, avaliação do desempenho, adaptação à mudança e gestão do comportamento humano.

A partir da leitura, pesquisa e reflexão de cada tópico citado, apresentaremos o entendimento de Robbins sobre as problemáticas do comportamento e da gestão das pessoas nas organizações, incluindo suas sugestões para aplicação dos conceitos e, consequentemente, melhoria na eficácia da gestão.

Convido, portanto, cada gestor a fazer esta viagem pela descoberta do “Segredo na Gestão de Pessoas”, através das “53 verdades” que qualquer gestor deve saber e aplicar na vida organizacional. Acompanhe-nos, então, nos próximos artigos. Até breve!


“A alma não tem segredo que o comportamento não revele.”
Lao-Tsé